PEDACINHOS DA HISTÓRIA GOIANA (n. 79)


2022: TRICENTENÁRIO DO INÍCIO DA
EXPEDIÇÃO DO SEGUNDO ANHANGUERA


No século XVIII, Bartolomeu Bueno da Silva quis repetir a expedição de seu pai, que tinha o mesmo nome. E repetiu.

A primeira expedição, do pai, se iniciou em 1682. Era mais uma bandeira paulista a explorar o sertão. Passou pelo Brasil Central, entrou em contato com povos indígenas, mas se desfez sem deixar qualquer núcleo populacional no interior do Brasil. O Bartolomeu pai, nessa jornada, ganhou dos indígenas o apelido de Anhanguera (Diabo Velho). O Bartolomeu filho dizia se lembrar daquela aventura, que ele havia vivido quando era um menino com cerca de dez anos de idade.

A segunda expedição, do filho, teve início em 1722. Essa teve impacto mais duradouro. Deu origem ao arraial de Sant'Anna (atual cidade de Goiás) e à colonização portuguesa numa área próxima ao rio Vermelho. Depois, esse impulso colonizatório se espalhou para outros locais. Primeiro, eram as chamadas minas dos guayazes ou dos goyazes. Depois, surgiu a denominação Goyaz e a região se tornou cada vez mais uma área colonial portuguesa, transformada em capitania com governo próprio, por decisão do rei de Portugal, em 1744. O seu primeiro governador colonial assumiu o cargo em 1748.

O apelido Anhanguera passou do pai para o filho. E tornou-se símbolo da história goiana.

Um relato, do alferes José Peixoto da Silva Braga, diz que 3 de julho de 1722 foi a data de partida da expedição do segundo Bartolomeu (ou do segundo Anhanguera). Data de notável peso simbólico para a história de Goiás e que chega ao seu tricentenário nesse ano de 2022.


Anhanguera, para os indígenas, era um demônio velho que colocava fogo
nas águas e ameaçava fazer o mesmo com os rios. A artimanha, comum en-
tre os bandeirantes, era pôr fogo em uma bacia com aguardente. A imagem é
de autoria de Theodoro José da Silva Braga. Foi pintada no início do século XX.


SAIBA MAIS:
Relato do alferes José Peixoto da Silva Braga.  >  Link

06.01.2022