A CIDADE QUE FOI CHAMADA DE "VAMPIRO"
A Revolução de 1930 impôs uma derrota ás oligarquias em todo o país. Em Goiás, um dos alvos dos revolucionários foi a capital do Estado, a cidade de Goiás, considerada uma cidade-símbolo dos oligarcas goianos.
A ideia de mudar a capital para outro local ganhou força. O artigo 5º da Constituição goiana de 1891 já tratava do assunto: "A cidade de Goiás continuará a ser a capital do Estado enquanto outra cousa não deliberar a câmara dos deputados [estadual]". Para os revolucionários de 1930, era chegada a hora de deliberar essa "outra cousa".
Não faltaram ataques severos à velha cidade fundada no século XVIII. Um manifesto de 1932, lançado em Campo Formoso (hoje Orizona), foi radical:
(...) quebremos com um golpe espartano os grilhões que nos prendem à cidade vampiro (...).
Chamar uma cidade de vampiro é demonstração clara do quanto alguns revolucionários a detestavam.
Em 24 de outubro de 1933, às margens do córrego Botafogo, foi lançada a pedra fundamental da nova capital de Goiás. A data era o terceiro aniversário da deposição de Washington Luís, ou seja, da vitória da Revolução de 1930.
A cidade de Goiás (foto), com seu jeito de vila colonial,
representava o passado oligárquico. Os revolucionários de
1930 queriam uma nova capital, que representasse um Goiás moderno.
SAIBA MAIS:
A Assembleia Constituinte Goiana de 1935 e o mudancismo condicionado (Mestrado)
Jales Guedes Coelho Mendonça (UFG)
Link: Dissertação (p. 136).
01.09.2021