JOSÉ DIAS RIBEIRO: "CORPO FECHADO"
(MAS NÃO PARA O AMOR?)
Em 1892, o norte goiano entrou em guerra. No município de Boa Vista, que é hoje Tocantinópolis, o coronel Carlos Gomes Leitão entrou em conflito com os seus vários inimigos e uma série de violências passou a ser cometida, com cercos e invasões ao local. Nesse contexto de luta sangrenta, se destacou o nome de José Dias Ribeiro, um fazendeiro que se pôs à frente de 300 homens armados e atacou o município.
A falange chefiada por José Dias invadiu Boa Vista em 1º de janeiro de 1893. Ele impôs o seu poder no município, depois retirou-se e, ainda em 1893, voltou a invadi-lo. Foi negociada uma anistia com autoridades federais. Mas o acordo foi desrespeitado e José Dias acabou preso. Ele conseguiu escapar da prisão, reagrupou seus soldados e voltou a atacar o município em agosto de 1894. Invadiu Boa Vista novamente.
José Dias, que tinha origem nordestina, ganhou o apelido de General de Sertão e a fama de ter "corpo fechado", ou seja, de estar magicamente protegido de qualquer ataque. Quase um mito.
Por fim, sumiu misteriosamente. O autor Luís Santiago, no livro O mandonismo mágico do sertão, fala de um possível romance com grande impacto sobre José Dias Ribeiro. Ele teria se apaixonado por uma professora do norte goiano e seguido com ela para o Rio de Janeiro, onde deu início a uma nova vida.
A revolta de 1892-1895 foi a primeira de três revoltas
que assolaram Boa Vista. Luis Palacín chamou
essas revoltas de Revoluções de Boa Vista.
SAIBA MAIS:
Coronelismo no extremo norte de Goiás: O padre João e as três revoluções de Boa Vista
Luis G. Palacín
Link: Google Books
06.05.2021