PEDACINHOS DA HISTÓRIA GOIANA (n. 45)


AS ÁGUAS QUE CURAVAM E O HOSPITAL
QUE O PRESIDENTE QUERIA CONSTRUIR,
MAS NÃO CONSTRUIU


Em 1838, o governo imperial do Brasil tomou conhecimento de uma região, em Goiás, onde havia águas termais que curavam doenças. Era a região das Caldas Velhas, Caldas Novas e Pirapitinga, pertencentes à vila de Santa Cruz. Foi solicitado um relatório técnico ao presidente da província.

O médico Moretti Foggia, um dos poucos que trabalhavam na capital de Goiás, foi encarregado de ir àquela região. O seu relatório citou um alto número de doentes que "sararam perfeitamente", além de outros que apresentaram grande melhora. Três garrafas com a água coletada do local foram enviadas ao Rio de Janeiro. Uma garrafa com água da Pirapitinga, uma das Caldas Velhas e outra das Caldas Novas.

O relatório de Moretti Foggia foi tão animador que o presidente da província, José de Assis Mascarenhas, chegou a defender a construção de um hospital na região. O estabelecimento faria uso das águas termais para tratar dos enfermos. Como o governo provincial não possuía recursos suficientes para a obra, a expectativa era a de que o governo imperial assumisse a construção.

Houve vontade, mas nada foi feito, como costumava acontecer em Goiás no século XIX. Não foi construído nem hospital público, nem hospital privado, nem qualquer outro estabelecimento. A primeira casa de banhos da região foi construída apenas em 1910, ou seja, mais de 70 anos depois da visita de Moretti Foggia e da proposta da construção do hospital, feita pelo presidente da província.

Caldas Novas tornou-se município emancipado em 1911. Hoje, é uma estância turística hidromineral conhecida nacional e internacionalmente.


O município de Caldas Novas "é conhecido por ser a
maior estância hidrotermal do mundo", diz a Wikipedia.


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12.05.2021