PEDACINHOS DA HISTÓRIA GOIANA (n. 43)


O PREÇO DE UM ESCRAVO, EM REAIS,
NO COMÉRCIO COLONIAL GOIANO


A conversão de valores monetários de épocas diferentes é extremamente complicada e carregada de inexatidão, já que precisa levar em consideração vários fatores. Ainda assim, é usada para dar uma ideia do quanto valia um produto do passado em números atuais. Uma ideia imperfeita, é bom repetir.

Baseado em uma tentativa de conversão de valores do período colonial para a moeda brasileira atual (o real), um artigo do ano de 2020 cogitou os preços dos escravos, em reais, colocados à venda no século XVIII. São valores do comércio colonial goiano:

- Na década de 1740 (menos de 30 anos de colonização portuguesa nas minas de Goiás), o preço médio de um escravo era de 120.000 réis, "equivalente" a R$ 14.700,00 .

- Em 1779, um escravo que tinha a habilidade reconhecida de oficial de carpinteiro foi comprado, em Vila Boa, por 300.000 réis, "equivalente" a R$ 36.900,00 .

- Em 1794, um negro considerado "esperto" para o trabalho tinha o preço de 192.000 réis, "equivalente" a R$ 26.616,00 .

Os escravos, tratados como mercadoria, tinham um preço que oscilava de acordo com a oferta, a procura e vários outros fatores. Escravo que tinha habilidades profissionais era mais caro. Em regiões distantes, o preço subia para compensar o custo do transporte. Mas não subia muito se fosse uma área de pouca mineração, já que havia menor procura por escravos em um local com poucos mineradores.


Na Capitania de Goiás, o preço de um escravo
com habilidade profissional seria de 33 vezes o
salário mínimo brasileiro de 2021 (conversão inexata).


SAIBA MAIS:
Tributação de escravos (peças) na Capitania e Província de Goyaz (1727-1888)
Marcílio Lemos, Bento Fleury Curado e Lúcio Machado

28.04.2021