PILAR: DAS ÓPERAS ÀS
CASAS DESMORONADAS
O arraial de Nossa Senhora do Pilar foi uma localidade goiana que prosperou muito no período da mineração.
Diziam-se maravilhas daquele lugar.
Quando o governador colonial de Goiás passou por ali, em 1773, foi recebido com festa e até óperas, apresentadas "em teatro público, com excelentes figuras, com muito luzimento", como ficou registrado na ocasião.
O historiador Zoroastro Artiaga comentou que, nas ruas do arraial, liteiras "cheias de damasco e cetim lustroso" eram carregadas por escravos vestidos com "jalecos vermelhos e cintas de cores vivas". Dentro dessas liteiras, iam "senhoras e senhoritas filhas de fidalgos e novos ricos". Nas igrejas, admiravam-se os artefatos de ouro e os "ricos desenhos" que decoravam as paredes.
Mas com a decadência da mineração nas últimas décadas do século XVIII, Pilar murchou.
O viajante europeu Johan Emanuel Pohl passou por lá em 1819 e anotou: "as casas, na maioria, estão abandonadas e parcialmente desmoronadas". E mais:
A mineração está hoje inteiramente abandonada. A falta de escravos transformou os habitantes dessa região em mendigos.
De óperas a casas desmoronadas. De fidalgos a mendigos. Foi assim na transição do Goiás minerador para o Goiás do gado e dos tropeiros no século XIX.
Mas Pilar existe até hoje. Atualmente, seu nome oficial é Pilar de Goiás.
Em Pilar, se diz que a principal igreja do município
já teve os maiores sinos de Goiás, com 900 quilos.
SAIBA MAIS:
A fronteira da mineração em Goiás: história ambiental e os recursos naturais do Cerrado a partir da exploração do ouro em Pilar de Goiás
Maria de Fátima Fernandes, Cassiano de Brito Rocha e Sandro Dutra e Silva
Link: Artigo
18.11.2021