TIROS E SANGUE EM 1909
A Revolução de 1909 não durou mais que uma semana. A legião rubra (também chamada de legião democrata), sob ordens dos Bulhões e seus aliados, entrou na cidade de Goiás em primeiro de maio e desfilou pelas ruas. Não houve reação armada. Joaquim Rufino Ramos Jubé, que estava à frente do governo estadual há apenas algumas semanas, fugiu. Assumiu em seu lugar José da Silva Batista, com o apoio das tropas invasoras.
Por isso, fica a impressão de que foi uma revolta rápida, sem tiros ou sangue. Mas houve ambos.
De São Sebastião do Alemão (hoje Palmeiras de Goiás), partiu uma tropa comandada por Abel Coimbra em defesa do governo. Enfrentou a legião rubra perto da capital numa batalha que durou das 7 às 11 horas da noite. No dia seguinte, houve novo combate e as tropas de Abel Coimbra, afinal, foram derrotadas. Um telegrama relatou o acontecido com essas palavras: "Abel, vindo nosso socorro, foi dizimado".
Além dessa batalha, houve vários casos de prisões, maus tratos e assassinatos. Mas os representantes dos rebeldes no Rio de Janeiro diziam que a situação havia se normalizado rapidamente. Portanto, não era necessária uma intervenção federal. Por ordem do presidente da República, Afonso Pena, uma tropa do Exército até marchou rumo a Goiás, mas não houve, realmente, uma intervenção.
Em julho, o Poder Legislativo de Goiás, com novos deputados e senadores estaduais, proclamou um novo presidente: Urbano Coelho de Gouveia, apoiado pelos Bulhões e outras famílias que promoveram a revolta. Foi a vitória final dos rebeldes.
A entrada da legião democrata na cidade de Goiás em primeiro de maio de 1909
Jornal Opção - www.jornalopcao.com.br (21.06.2020)
SAIBA MAIS:
O outro lado da mudança da capital de Goiás (Doutorado)
Jales Guedes Coelho Mendonça (UFG)
Link: Tese de Doutorado
12.08.2021