1962: GUERRILHEIROS NO INTERIOR DE
GOIÁS SUSTENTADOS PELO REGIME CUBANO
Tudo começou com uma denúncia sobre geladeiras que estavam sendo levadas para uma pequena cidade goiana sem energia elétrica. Um agente encarregado de combater o contrabando em Goiás foi investigar e descobriu um centro de treinamento de guerrilheiros em Dianópolis, na divisa com a Bahia. O local estava cheio de material revolucionário cubano. E armas.
Fidel Castro enviou Raúl Cepera Bonilla para se explicar com o presidente brasileiro, João Goulart (que os adversários acusavam de ser comunista). Na viagem de volta a Cuba, o avião da Varig que transportava Bonilla caiu no Peru. Nos destroços, documentos de Bonilla foram encontrados e divulgados. Assim, o centro de treinamento comunista de Dianópolis se tornou conhecido e foi exposto com destaque na revista O Cruzeiro.
Tarzan de Castro, que era próximo do governador de Goiás, Mauro Borges, era um dos responsáveis pelo centro de treinamento. O deputado federal Carlos Lacerda, ao denunciar o plano de guerrilha cubana no interior do Brasil, acusou Tarzan até de ser primo de Fidel Castro.
Esse caso se deu no fim de 1962 e início de 1963. Em 1964, o golpe de Estado que derrubou o presidente João Goulart foi justificado como reação à infiltração comunista no país.
Tarzan de Castro foi preso e precisou sair do país durante o Regime Militar. Quando voltou, foi eleito deputado estadual em Goiás.
A revista O Cruzeiro, em dezembro de 1962, publicou reportagem
sobre o centro de treinamento de guerrilheiros em Dianópolis.
A revista chamou Goiás de "viveiro de guerrilhas". O governo federal tratou a denúncia como um problema de importância menor, apesar dos discursos exaltados da oposição no Congresso Nacional.
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