PEDACINHOS DA HISTÓRIA GOIANA (n. 39)


OS QUATRO SENADORES DE GOIÁS
NOS 67 ANOS DO IMPÉRIO DO BRASIL


No Senado do Império do Brasil, a província de Goiás era representada por um único senador. E os mandatos eram vitalícios. Apenas quando morria um senador a província era chamada a eleger outro. Não aconteceu muitas vezes. Goiás teve quatro senadores em todo o período imperial (1822-1889). Um número baixo.

O primeiro deles foi o Marquês de Jacarepaguá. Contava com o apreço do imperador D. Pedro I e se encheu de títulos de nobreza: além de marquês, foi Barão de Pati do Alferes, Visconde de Lorena, fidalgo cavaleiro da Casa Real, resposteiro-mor e gentil-homem da câmara do Imperador, entre outros títulos que recebeu. Nunca pôs os pés em Goiás.

Após o falecimento do Marquês de Jacarepaguá, em 1836, Goiás elegeu outro senador. Foi José Rodrigues Jardim, goiano de nascimento e nome de grande influência política na província. Morava em Goiás, conhecia a sua terra e era respeitado pelos goianos (até por seus adversários políticos). Foi o mais goiano dos senadores de Goiás no período imperial.

José Rodrigues Jardim faleceu em 1842 e foi preciso eleger o novo senador da província. O governo imperial tinha um nome preferido e, como era costume, fez pressão para que ele fosse bem votado. Assim, estaria incluído na lista tríplice senatorial e depois seria nomeado. Aconteceu como o governo queria. O novo senador, nomeado em 1843, era José Antônio da Silva Maia, um político e intelectual nascido na cidade do Porto (Portugal). Era uma personalidade respeitada no Rio de Janeiro e ocupou postos importantes: foi desembargador, membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), membro do Conselho de Estado e ministro do governo imperial cinco vezes. Mas representou Goiás sem conhecer a província. Faleceu em 1853.

O quarto e último senador eleito pelos goianos no período imperial foi José Inácio Silveira da Mota. Era nascido na cidade de Goiás, mas muito jovem retirou-se para a Bahia e depois foi a Portugal, onde iniciou seus estudos universitários. Quando retornou ao Brasil, fixou residência em São Paulo. Nessa província, além de atuar como professor e advogado, foi eleito deputado provincial e deputado geral. Foi eleito senador com o apoio decisivo do governo imperial (assim como havia sido feito com os seus antecessores) e permaneceu no Senado por 35 anos. Deixou de ser senador não por falecimento, mas porque o Império caiu e a República foi proclamada em 1889.

Quatro senadores em 67 anos de Império. Minas Gerais, nos mesmos 67 anos, teve 45 senadores.


O senador Silveira da Mota se destacou como defensor
de novas ideias políticas dentro do Partido Liberal.


SAIBA MAIS:
Silveira da Mota, na Galeria de Brasileiros Ilustres.

31.03.2021