PADRES BRIGÕES NA CAPITANIA DE GOIÁS
Em 1755, dois padres da capitania de Goiás entraram em luta corporal no meio da rua. Eram os padres José Pinto, de Vila Boa, e Francisco Xavier, de Crixás. Brigaram porque um dizia que o arraial de Tesouras (onde havia ouro recém-descoberto) pertencia à sua paróquia, enquanto o outro contestava e dizia que a região estava sob o seu poder.
Os padres, naquela época, lidavam com muito ouro e com muito poder. Tinham uma vida agitada.
O padre João Perestello de Vasconcelos, por exemplo, entrou em atrito com as principais autoridades de Vila Boa e até excomungou algumas. Costumava cobrar multas e os poderosos homens de Vila Boa, cansados de tanto pagarem, acabaram reagindo. O padre Perestello foi declarado louco por uma junta médica. Depois, foi preso e transferido para o Rio de Janeiro. Mas no meio do caminho, quando passava por Meia Ponte (hoje Pirenópolis), a comitiva foi parada por apoiadores do padre, que o libertaram. O bispo do Rio de Janeiro, ao tomar conhecimento desses fatos, deu razão a Perestello. Os médicos que atestaram a loucura do padre acabaram presos.
SAIBA MAIS:
Padres no sertão: ambição, poder e devoção na capitania de Goiás
Eliézer Cardoso de Oliveira (UEG) e Eduardo Gusmão de Quadros (UEG)
Revista Mosaico (v. 8, n. 1, 2015) - PUC Goiás
05.08.2020