UMA ORQUESTRA SINFÔNICA FORMADA
POR 52 MULHERES E UM MAESTRO
Belkiss Spenciére era neta de Nhanhá do Couto, que foi uma das maiores incentivadoras da prática musical e do ensino de música na cidade de Goiás quando o século XX estava em seus primeiros anos. Com a avó, aprendeu a apreciar as artes e aos 12 anos de idade protagonizou o seu primeiro concerto.
Em 1956, professores do Instituto de Música da EGBA (Escola Goiana de Belas Artes) fundaram o Conservatório Goiano de Música. Belkiss estava entre as fundadoras. O Conservatório, em 1960, foi unido a outros órgãos para dar origem à Universidade Federal de Goiás (UFG). Passou a se chamar Conservatório de Música da UFG e existiu até 1972. Os cursos de música, atualmente, funcionam na Escola de Música e Artes Cênicas (EMAC).
Foi Belkiss quem propôs ao maestro Jean Douliez a criação de uma nova orquestra em 1959. Seria uma orquestra formada apenas por mulheres, já que não havia alunos homens no Conservatório. O maestro aceitou a proposta. Foi a segunda orquestra sinfônica feminina a ser criada em todo o mundo. Eram 52 moças e o maestro Douliez.
A orquestra chegou a se apresentar em praça pública, na cidade de Belo Horizonte, com a presença do presidente Juscelino Kubitschek. A revista O Cruzeiro enviou uma equipe a Goiânia para conhecer o maestro e suas pupilas. Uma matéria foi publicada em junho de 1960.
Quando as moças começaram a se casar, a orquestra entrou em crise. Desapareceu em 1961.
"Goiás tem Brasília e tem segunda Orquestra Sinfônica
Feminina do mundo" (O Cruzeiro, 11.jun.1960)
SAIBA MAIS:
Documentário MIS - Belkiss Spenciére
YouTube: Link
28.07.2021